Um ótimo recomeço para o Universo DC no cinema

Criado por Otto Binder e C. C. Beck para a extinta editora Fawcett Comics, a primeira aparição do Adão Negro foi na HQ The Marvel Family # 1, publicada em dezembro de 1945. O personagem chegou nas páginas da DC somente em 1973. Sua história de origem sofreu processos de releituras passando de um individuo ganancioso para um escravo invejoso que rouba os poderes de um jovem escolhido para ser o campeão da justiça da terra de Kahndaq. Desde o início de sua origem, o caráter do personagem sempre foi duvidoso. Agora com o filme lançado pela Warner, que promete reiniciar o Universo DC no cinema, o personagem ganha mais uma releitura que o torna ainda mais interessante.

O filme é bom?

Curioso que até o momento havia considerado o filme Shazam o melhor da primeira fase da DC no cinema. Adão Negro faz parte do universo de Shazam e considero como um filme que será capaz de impulsionar a DC Films. Um filme “agitado” desde o início, com explicações dinâmicas e rápidas, Dwayne Johnson parece que nasceu para ser Adão Negro e se empenhou para isso. Mas…nem tudo são flores…é uma boa história com um roteiro fraco. Adam Sztykiel e Rory Haines, responsáveis pelo roteiro, fizeram o básico para que a história fosse compreendida. A Sociedade da Justiça, que aparece no filme, deixou aquela sensação de que poderia ser melhor aproveitada, assim como o vilão poderoso que aparece somente na parte final.

No entanto, o filme nos entregou uma questão muito interessante para reflexão.

O que faz alguém um herói ou heroína?

Um ponto muito importante do filme é o cenário. Sai a badalada Nova York, que alguém elegeu como centro do mundo, e entra uma pequena aldeia na África setentrional. Uma das perguntas que o personagem Amom e Adrianna Tomaz (Bodhi Sabongui e Sarah Shahi) fazem constantemente à Sociedade da Justiça é: Estamos sob opressão a 27 anos e porque somente agora vieram para nos tirar o único que se levantou para nos ajudar? Adão Negro não é um herói dentro do conceito levantado pelo personagem Gavião Negro (Aldis Hodge). Mas quem define o que é ser um herói? O que faz uma pessoa ser ovacionada e amada pelo povo? Bem…depende do contexto. Isso é colocado em destaque no filme. Sim, heróis e heroínas não matam, Adão Negro mata e sem nenhuma piedade. Mas o que o filme nos mostra é que os heróis são Amom e Adrianna, filho e mãe. Por isso, Adão Negro não precisa ser o herói, como de fato, não é. O filme Adão Negro revela a perigosa dubiedade de quem detém o poder. Ainda que motivado por uma vida de dor e opressão, o que faz os heróis e heroínas são as escolhas e não o destino.

Fique com o trailer do filme